Amazônida, engenheiro agrônomo geomensor, pós-graduado em Gestão Econômica do Meio Ambiente (mestrado) e Geoprocessamento (especialização).
Semana passada eu estava em Brasília e fui ao evento da CNA de lançamento do Time Agro Brasil. Festa bonita e bem frequentada. Não por minha causa, que era quase um penetra, mas por conta das centenas de presidentes de sindicatos rurais, federações estaduais, deputados, senadores, ministros e por aí vai. Até o vice-presidente, Michel Temer, esteve por lá.
Dali de onde eu estava olhando, por detrás dos meus olhos de tabaréu muito mais acostumados a gente simples, calejada e usando jeans e a ambientes ensolarados e sujeitos a sol, vento e chuva, todo aquele evento parecia, em certos momentos, com o trecho da música do Renato Russo: festa estranha com gente esquisita, eu não tô legal, nã-nã-nã...
Estou lá eu no meu canto olhando tudo quando passa, bem na minha frente, o ministro Aldo Rebelo e parecia que ele andava só, embora estivesse cercado de pessoas, gente ligada ao campo, tentando tirar um foto digital ao lado do homem que tornou possível uma grande vitória a um setor cansado de derrotas.
Aldo sentou-se em uma mesa junto com a senadora Katia Abreu, o vice presidente da República, Michel Temer, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes e outro ministro de menor importância.
Aliás, me deixem fazer cá uma digressão. Quase no final da festa, estou eu de pé, perto da porta, quando para na minha frente um segurança com aqueles fiozinhos de telefone saindo por trás da orelha como os agentes do FBI nos filmes americanos. Logo em seguida apareceu mais um e mais outros e um deles virou pra mim e disse: com licença, por favor.
Eu arredei um meio metro para um lado e lá se vem o Michel Temer rodeado por aqueles homens com fiozinhos de telefone nas orelhas. Passou por mim e fez um aceno com a cabeça. Logo atrás, como um sabujo, veio um cidadãozinho miúdo, atarracado e sem brilho, um lenhadorzinho de bonsai. Também passou por mim, mas com os olhos vidrados na porta. Parecia que estava doidinho para sair daquele lugar e sumir no oco do mundo. Quando eu olho bem para aquele homúnculo, não era o ministro da Agricultura Mendes Ribeiro Filho? Quase pisou no meu pé, o miserável. Tive que me segurar pra não dar uma bisca naquele cocuruto manchado.
Enfim, digressão feita, voltemos ao que interessa. Antes do episódio do homúnculo sem brilho a senadora Katia Abreu subiu ao palco para fazer entrar em campo o Time Agro Brasil. Foi aplaudida de pé. Nas saudações e agradecimentos à presença das autoridades precisou fazer uma pausa para os aplausos ao ministro Aldo Rebelo. Um belo momento.
Fez a senadora também um belo discurso ressaltando que o Brasil não era apenas um dos melhores do mundo no futebol, mas era também um dos melhores do mundo em agricultura. A sociedade brasileira urbana, que tão bem conhece e se orgulha do nosso futebol, seria agora apresentada também à nossa agricultura.
Estávamos todos ali dando o primeiro passo, ou o primeiro toque na bola, no jogo da reconciliação entre o povo brasileiro e aquilo que faz de nós, juntos, cidade de campo, uma grande nação.
Dali de onde eu estava olhando, do meu cantinho perto da porta, era nítido que a senadora estava feliz. A gente via o brilho. Ela estava convicta de que o Time Agro Brasil derrubará a máscara que certos "movimento sociais" pregaram nos nossos irmãos brasileiros do campo e essa convicção era, naquele momento, contagiante.
Enquanto ouvia empolgado o discurso da senadora Katia Abreu, olhei para o lado e vi empolgação semelhante na expressão do último ministro da agricultura descente que o Brasil teve, Reinhold Stephanes. O homem estava bem do meu lado, de pé como eu, e ficamos ali os dois e todos os outros presentes ouvindo e percebendo a energia que vinha do palco.
Depois o Rei Pelé subiu também à tribuna. Disse-se feliz de ter sido escalado para aquele time e empolgado diante do desafio de tornar a agricultura brasileira uma grande paixão nacional assim com fez com o futebol.
Foi uma belíssima festa. Parabéns à senadora Katia Abreu, à Confederação Nacional da Agricultura, ao Rei Pelé e a todos o que estão por trás dessa campanha. Estamos todos no caminho certo.
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